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Qui., Mar.

Entre os dias 6 e 10 de março foi realizada em Brasília (DF) a Assembleia Regional Cone Sul (Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai), na etapa continental do Sínodo 2021-2024: “Por uma Igreja sinodal”. Organizada pelo CELAM, o encontro reuniu cerca de 200 representantes de diversos setores e pastorais da Igreja latino-americana: 28 bispos, 24 sacerdotes, 7 diáconos, 26 religiosos/as e 92 leigos/as. Convidado para representar os religiosos brasileiros esteve presente também um discípulo paulino, o fr. Darlei Zanon.

Durante uma semana intensa de reflexão e partilha, marcada sobretudo pela vivência da unidade e da sinodalidade, os participantes discutiram e aprofundaram o DEC (Documento de Trabalho para a Etapa Continental elaborado pela Secretaria do Sínodo após a recolha de todas as respostas da fase nacional). O resultado dos trabalhos será agora unido a outros contributos recebidos pelo CELAM e confluirão em uma síntese continental a ser enviada a Roma em vista da elaboração do Instrumentum laboris da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá a sua primeira sessão em outubro deste ano e a segunda em outubro de 2024.

Segundo os organizadores, o objetivo da Assembleia do Cone Sul não era ser um encontro de peritos e expertos em Igreja, mas de irmãos e irmãs, dispostos a partilhar suas experiências em vista da edificação de “uma Igreja sinodal”. De fato, estavam representadas as bases da Igreja, refletindo as reais necessidades e fadigas do cotidiano de quem vive a fé nas mais variadas realidades e contextos.

Dentre os diversos temas, emergiram fortemente a questão do clericalismo e do machismo na Igreja, as dificuldades ligadas à sua estrutura pesada e vertical, além da urgência por uma conversão cultural e estrutural que conduza a uma Igreja mais horizontal, participativa, igualitária, concretizando assim a eclesiologia de comunhão do Concílio Vaticano II.

Muito forte e sentido o espírito de “comunhão, participação e missão”, que animam todo o itinerário sinodal. Não faltaram vozes pessimistas, ecoando medos e resistências que marcaram a primeira fase do Sínodo e que questionam a eficácia desta metodologia proposta pelo Papa Francisco, mas de modo geral o clima vivido durante o encontro foi de grande esperança e expectativa, na certeza de que o importante é “iniciar processos” e contribuir para promover mudanças positivas na Igreja, ainda que pequenas e lentas.

Em uma frase, poderíamos resumir a assembleia como um grande laboratório de sinodalidade, marcado pela escuta, pelo diálogo, pelo respeito e pela alegria de caminharmos juntos.

 

 

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