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Sáb., Abr.

A disciplina que estuda a gestão do conhecimento classifica-o em dois tipos: conhecimento tácito e conhecimento explícito. O termo tácito vem do latim tacitus, que significa “não expresso por palavras”, ou seja, aquele conhecimento difícil de ser formalizado e transmitido às outras pessoas, pois é advindo da experiência e tende a ser físico e subjetivo. Este conhecimento está relacionado às experiências, à visão de mundo e às práticas de determinado indivíduo. Ele se aproxima daquele que, na teoria do conhecimento, se conceitua como “senso comum”, entretanto com uma diferença, ele pode ser verificável e, com o tempo, ser explicitado.

Diferentemente, o termo explícito tem origem no latim explicitus e quer dizer declarado, claro. Desse modo, o conhecimento explícito é aquele que pode ser facilmente formalizado e compartilhado com outras pessoas a partir de textos, imagens, infográficos, vídeos, dentre outros materiais.

Os autores Nonaka e Takeuchi (Campus,1997-RJ), utilizam a metáfora do iceberg para exemplificar esses tipos de conhecimento afirmando que o explícito representa apenas seu topo visível, enquanto que, o tácito é a parte não visível do iceberg. Isso por se tratar de parte oriundo da experiência, tendo uma dimensão contextual como a visão de mundo, insights e intuições.
Essa classificação utilizada na gestão do conhecimento tem como finalidade compreender como se dá a transmissão do conhecimento no contexto das instituições e como extrair benefícios positivos na realidade institucional. Todo know-how de determinada organização precisa ser preservado e transmitido para as gerações sucessoras como condição de continuidade.

No contexto institucional da nossa família religiosa, a Família Paulina, denominamos este conhecimento como herança carismática. Sabemos perfeitamente que possuímos um grande acervo registrado, ou seja, de forma explícita, que nos foi transmitido de inúmeras maneiras. Entretanto, temos também consciência de que existe uma enorme profundidade de motivações e intuições, tanto do fundador, o bem aventurado Tiago Alberione, quanto dos nossos pioneiros, que estiveram junto a ele, na primeira fase de vida da nossa família, que certamente chegaram a nós de forma parcial, ou interpretado por aqueles que conviveram nos primórdios, ou mesmo nem chegaram até nós.

Refiro-me a situações como: o entusiasmo, o sentimento do início, a paixão e celebrações pelas conquistas, as lutas e angústias, o receio do fracasso, a falta de recursos e uma infinidade de conhecimento tácito que permaneceu junto aos nossos primeiros heróis e heroínas. Parte desse conhecimento tácito pode ter se adormecido junto com essa geração inicial, outra parcela significativa continua sendo transferida, de alguma maneira, ainda na forma tácita, além do acerto explícito que possuímos.

Quando pensamos a missão e sua continuidade faz-se necessário ter presente essa dimensão tacitamente transmitida, ou seja, formas muito particulares de apreensão da realidade apostólica e carismática que são difíceis de se explicitar, exatamente por ser oriundo da experiência, da dimensão contextual, da visão de missão e evangelização, dos insights e das intuições.

A atenção a essas particularidades do conhecimento tácito pode representar uma revisão da visão fundacional, bem como, um revigoramento da missão paulina. O conhecimento explícito, aquele que foi formalizado, sendo a parte visível do Iceberg, representa uma parte importante, exatamente porque foi formalizado e facilmente transmitido, entretanto, retomar o conhecimento tácito, numa perspectiva de compreensão da missão requer um olhar atento às nuances do caminho de vida da instituição que estão submersas na parte não visível do Iceberg e que compreendem uma riqueza carismática fundamental para a continuidade da missão paulina. Como exemplo, quando tomamos a frase explícita de Alberione: “utilizar os meios mais rápidos e eficazes” nossa compreensão pode assimilar um sentido relativamente superficial ao que efetivamente pensava nosso bem-aventurado Tiago Alberione.

Agenda Paulina

20 abril 2024

Feria (bianco)
At 9,31-42; Sal 115; Gv 6,60-69

20 abril 2024

* SJBP: 1986 a Santiago de Chile (Cile) - 1997 a Vitória (Brasile).

20 abril 2024SSP: Fr. Maurizio Frola (2001) - Fr. Timothy Tirkey (2009) - Fr. Francesco Rossi (2020) • FSP: Sr. M. Dina Braglia (1992) - Sr. M. Elisabetta Roagna (2000) - Sr. M. Rosalia Tonin (2005) - Sr. M. Pacis Cuadra (2011) - Sr. Concetta Belleggia (2012) - Sr. Silvia Rossarolla (2019) • PD: Sr. M. Vincenzina Fea (1998) • IGS: D. Attilio Scipioni (1987) - D. Salvatore Strazzuso (1997) - D. Walter Pasolini (2004) • ISF: Francesco Melotto (1991).