09
Qui., maio

A palavra “Vocação”

«O discurso sobre a vocação leva sempre a pensar aos jovens, porque “a juventude é o tempo privilegiado da escuta, disponibilidade e aceitação da vontade de Deus” (XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Documento Fina, 140).

Isto está bem, mas não devemos esquecer que a vocação é um caminho que dura a vida toda. De fato, a vocação diz respeito ao tempo da juventude quanto à orientação e à direção a ser assumida em resposta ao convite de Deus, e refere-se à vida adulta no horizonte da fecundidade e do discernimento do bem a cumprir. A vida é feita para dar fruto na caridade e isso diz respeito ao chamado à santidade que o Senhor faz a todos, cada um através da sua própria estrada» (Francisco, Discurso aos participantes ao Congresso dos Centros Nacionais para as vocações das Igrejas da Europa, 6 de junho de 2019)

 

Se escutada, a palavra “vocação”, vê-se que ela tece uma densa rede de conexões e põe em nova luz as questões decisivas da vida: a liberdade, o desejo, a escolha, a vontade, o amor, o futuro, a morte, a pessoa, a vida, a felicidade… É estranho pensar que aos jovens seja difícil (ou impossível) falar de vocação! No entanto, neles sente-se o grito de muitas destas perguntas, que brama uma resposta ou, mais simplesmente, ser ouvido. É o mesmo anseio que habita o coração de todos, de quem acredita e de quem não, de quem busca, de quem caminha nesta história, feita para realizar junto «o interativo sonho de Deus” (Francisco, Christus vivit, 289).

Como não reconhecer que esta aspiração é uma extrema necessidade de sentido dentro de uma realidade que não parece oferecê-lo, mas quase negá-lo ou fazê-lo morrer dentro dos tantos dramas que a humanidade atravessa? O desafio para responder à vida é imenso, e acolhê-lo para ser testemunhas do seu Sentido é a grande vocação à qual todos somos chamados. Conscientes ou não, no coração de cada homem queima uma pergunta: “Para quem sou eu?”. Saber e poder responder a isso é como encontrar um tesouro no qual se encerra o segredo de todo significado verdadeiro do viver, a sua felicidade. Toda pessoa que vive nesta terra é um ser vocacional porque o olhar de seu Criador é um olhar vocacional: como é verdadeiro que Deus – o Sentido, o Amor, a Festa, a Alegria … - é a vocação do homem, assim o homem é a vocação mesma de Deus e a Escritura o narra da sua primeira à última página. A Palavra narra uma história de Aliança entre Deus e o homem, entre o homem e Deus, uma história vivida na história, no tempo e no espaço entre desejo e realidade, entre plenitude e limite, entre finitude e grandeza, entre relação e orfandade. A vocação, e toda vocação, é uma chamada a se encarnar dentro do caminho das histórias pessoais e da história da família humana com a tomada de consciência e a responsabilidade que responder ou não, escolher ou não, é a questão da vida, de seu bom êxito ou de sua falência. Ressoa fortemente no coração a exortação clara, direta, que o nosso Fundador dirigia às primeiras Apostolinas para que se dirigissem às pessoas, especialmente aos jovens: «A vida é dom de Deus. Como queres usá-la? »[1] Neste tempo histórico no qual parece que os nossos sonhos não encontram um próprio nome, qual grande responsabilidade a profecia de suscitá-los, apoiá-los, ajudar a dar a eles o nome certo e a realizá-los junto porque, como frequente diz Papa Francisco, «ninguém se salva sozinho».

 

 

Padre Alberione e a Vocação: uma olhada a partir de Anotações de Teologia Pastoral

Podemos aprofundar o tema do cuidado do Padre Alberione pelas vocações iniciando de sua convicção de fundo: Deus chama todos e a todos, sem exclusão, é urgente fazer chegar o bom anúncio da vocação e dar a conhecer as diferentes vocações. Ajudando cada pessoa a compreender qual seja o próprio lugar no mundo e na Igreja, significa ajudá-la a descobrir qual o próprio lugar no mundo e na Igreja, ajudá-la a descobrir a sua verdade para um pleno desenvolvimento e realização de toda a pessoa.

Várias vezes ele abordou a urgência de considerar o «problema vocacional», como era definido naqueles anos. Sua atitude é profundamente evangélica porque não para no aspecto problemático da necessidade de vocações, antes encontra motivo de maior impulso no empenho de chegar a todos os homens, através daquilo que para ele é o «trabalho fundamental na Igreja»[2].

No período pré-conciliar, quando no campo vocacional falava-se sobretudo de “recrutamento” das vocações, o Primeiro Mestre teve inspirações fortemente renovadoras que anteciparam o Concílio Vaticano II. Seu pensamento funda-se sobre uma clara teologia da vocação, por isso afirma: «A vocação é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo numa alma para o bem da Igreja. Não quero dizer somente o chamado, mas a correspondência e a consumação nossa em Cristo Jesus até ao céu. Intervém o Pai: a vocação não começa a doze ou a quinze ou a vinte anos, mas está na mente de Deus; é aquele ato de amor especial quando o Pai e o Filho e o Espírito Santo concordam, por assim dizer, no eterno conselho. Concordam no pensamento e na decisão: façamos uma alma eleita para o bem da Igreja e a serviço da salvação de toda a humanidade” [3].

Para nós Apostolinas é espontâneo reconhecer Padre Alberione como “profeta” no campo vocacional a partir da experiência vivida com ele, pelas primeiras irmãs, e de todo o seu ensinamento que nos deu ao entregar-nos o carisma vocacional. Mas é muito belo ir descobrir como esta atenção ao chamado de Deus na vida de cada pessoa, o discernimento e a necessidade da formação das vocações, estivessem presentes nele desde o início de seu ministério presbiteral e, talvez, os pressupostos da sua sensibilidade vocacional os possamos encontrar já na sua história vocacional que, como sabemos, atravessou momentos de sobras e de luzes.

Olhando para Padre Alberione jovem sacerdote, pode-se bem constatar como a sua história pessoal e os primeiros compromissos pastorais que lhe foram confiados revelem que também os seus formadores e superiores tinham visto nele os sinais de uma profunda sensibilidade vocacional: é significativo o fato que lhe foi confiado, apenas ordenado, o encargo da direção espiritual no seminário e a formação dos jovens sacerdotes (AD 83; 107).

Lendo especialmente Anotações de Teologia Pastoral, o primeiro texto escrito em 1912, rico de conselhos e experiência pastoral que Padre Alberione quis comunicar aos jovens sacerdotes da diocese de Alba, fica evidente como a sua grande atenção abrace todos esses aspectos, inclusive a pastoral vocacional. Com a sensibilidade de hoje podemos falar de evangelização que, na vida de cada pessoa, deve chegar a um caminho vocacional como caminho para a santidade.

Detenhamo-nos sobre uma consideração que Padre Alberione faz sobre o ministério do confessor, no qual reconhece a delicada função da orientação vocacional. Aquilo que emerge com mais força é o apelo ao empenho do discernimento: “Estude-se acuradamente se trata de vocação verdadeira: se o resultado for afirmativo ela deve ser favorecida e sustentada com energia; se o resultado for negativo será dever dissuadir.... »[4]. A pastoral vocacional atual é muito orientada ao discernimento, portanto ao conhecimento profundo da pessoa e aos sinais da ação de Deus na sua vida. Esta dimensão, como veremos no texto, esteve muito cedo presente em Padre Alberione e é o coração do empenho ao acompanhar especialmente os jovens.

Ele aprendeu primeiro a trabalhar sobre si mesmo, fazendo tesouro de quanto pessoalmente viveu e amadureceu desde os primeiros anos, também com a sapiente guia espiritual do Cônego Francisco Chiesa, e depois teve em grande consideração no seu serviço pastoral e no caminho de suas fundações. Alguns pensamentos de Padre Alberione às Apostolinas, comunicados a partir de agosto de 1961, podem mesmo ser lidos em sinopse com Anotações de Teologia Pastoral: «…capacidade de conhecer as vocações; é preciso “um olho clínico” espiritual, vocacionário, um instinto sobrenatural. É preciso um dom de Deus, mesmo uma sua vocação nova. Nem sempre uma que quer ser religiosa é adapta a um dado instituto. Ocorre distinguir as diversas vocações, em suas várias funções»[5].

«È uma grande ciência! Bem! Pode-se já fazer alguma coisa, mas conhecer a vontade de Deus sobre uma alma, as atitudes, a psicologia, os hábitos que teve, o estado espiritual e depois as tendências ou à vida contemplativa, ou à vida missionária, ou à vida de escolas e de estudos, etc., porque segundo a intenção pela fé, é tornar verdadeiramente vocacionistas, bem Apostolinas»[6].

 

A correspondência, em Anotações de Teologia Pastoral, é o chamado a viver um atitude radical de confiança, de gratuidade e de liberdade, fundamentais em quem atua no campo vocacional: «Deus sabe bem quais e quantos sacerdotes e religiosos são necessário à sua Igreja. Como pai previdente, providente, dá a vocação a quem quer: a nós a obrigação de estudar quem a tem, de cultivá-la, ajuda-la em todos os modos»[7].

A dimensão vocacional no texto não se limita somente ao campo da orientação e do discernimento, mas se alarga também ao da catequese vocacional, da evangelização da “bela notícia” da vocação e das vocações, que pede, a quem delas se ocupa, de ter um coração universal para acompanhar numa busca sem fronteiras.

O amor do Primeiro Mestre pelas vocações é inventivo e são muitos os modos de expressão que a fantasia inspirada do Fundador soube encontrar, desde os mais comuns até à fundação de Instituições estáveis como o Instituto Rainha dos Apóstolos para as vocações, a Pia União “Oração, sofrimento e caridade por todas as vocações” e o Santuário Regina Apostolorum em Roma.

É sempre muito atual aquilo que ele dizia às Filhas de São Paulo e depois em vários modos repetiu às primeiras Apostolinas, que se manifesta como fruto de sua experiência: «O problema do futuro... constitui no fundo as dores de parto de cada alma. É por isso uma bela caridade ajudar os jovens a fazerem a pergunta: “E tu que farás? Fazer compreender aos jovens que se é importante saber escolher e adivinhar bem a própria carreira, a própria profissão, é muito mais importante a escolha do próprio estado de vida. Rezar e iluminar as almas para a solução deste problema fundamental é grande coisa, é refinada bondade, é meritória caridade. Trabalhar pelas vocações significa servir a Igreja. O problema vocacionário é o principal problema de todo homem, é o problema mais atual e urgente da Igreja»[8].

 

La graça do apostolado vocacional na Família Paulina

 

Seguindo o caminho de nosso Fundador na atenção contínua, durante toda sua longa vida, a todas as vocações, não podemos não sentir um forte respiro eclesial e não encontrar um patrimônio comum que ele deixou em herança a toda a Família Paulina, a partir dos princípios da espiritualidade, orientados a viver e comunicar ao mundo Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida. Toda Congregação ou Instituto da nossa Família encontra em suas meditações fortes apelos à abertura e à universalidade da dimensão vocacional em viver e expressar os diversos apostolados. Assim dizia às Filhas de São Paulo: «[…] rezar a Maria por todas as congregações religiosas e pelas vocações de todos os institutos»[9]. E aos Cooperadores paulinos escreve: «Especialmente: Promover a obra das vocações. Preparar as vocações, desde as famílias, desde as Paróquias. Cultivar as vocações com delicadeza e constância. Escrever e iluminar; escolher os jovens, especialmente nos dias festivos. Hoje escolher os melhores jovens dos 18 aos 25 anos[10]». Esta paixão vocacional chega a nós Apostolinas com o dom do específico carisma vocacional, numa perspectiva fundamental que é o amor à Igreja e a estima por todas as vocações que a constituem.

 

O Fundador indica diretamente as referências fundamentais da Família Paulina como a verdadeiros e apropriados modelos para exercitar o apostolado vocacional na Igreja.

«Há inumeráveis métodos, ensinamentos que dizem respeito ao cultivo e a busca das vocações. Em primeiro lugar, porém, devemos olhar para Jesus, como ele fez; à Rainha dos Apóstolos, isto é, dos chamados ao apostolado, a todos os apostolados; e a s. Paulo, o qual imitou Jesus tão perfeitamente e santamente que se pode dizer: ele foi verdadeiramente o discípulo modelo»[11].

 

Fundamental é a referência a Jesus Mestre Caminho Verdade e Vida, o primeiro Chamado e o primeiro Animador vocacional.

«Nós invocamos Jesus Mestre e, geralmente, ao invocá-lo temos esta intenção: viver a sua vida, e, a seguir, dizemos caminho, verdade e vida, isto é, todo o nosso ser. De modo especial, isto, seja para concentrar no pensamento e neste fim: que Jesus seja o nosso caminho, isto é, o modo de procurar e formar vocações. Quando se fala de apostolado, em primeiro lugar, devemos fazê-lo nós. Que o Mestre Divino, quando saiu de sua vida privada – sim: “Eu sou o Caminho”, que nos ensine o caminho que ele seguiu. Segundo: “Eu sou a Verdade”: as coisas que se devem dizer a respeito da vocação, a respeito da altura, da nobreza, da preciosidade da vocação, da vida religiosa e do apostolado, a verdade que persuada. E terceiro “Vida”: que Jesus nos acompanhe com a sua graça e que tenhamos tanta graça no coração a ponto de atrair as almas para Deus” […]»[12].

 

Maria Rainha dos Apóstolos é outra referência essencial da espiritualidade e do ministério vocacional da Família Paulina.

«Na sua total adesão à vontade do Pai, na sua constante escuta da Palavra, na sua presença materna junto aos primeiros apóstolos e discípulos de Jesus, Maria é para nós Apostolinas a inspiradora contínua de toda a nossa vida»[13].

Maria é assim um modelo para a nossa resposta vocacional e para o nosso apostolado.

«Maria é como a mãe das vocações, e é Aquela que ajuda a sua formação. O apostolado vocacional, após o de Jesus, pode-se dizer que foi iniciado com Maria... Relembrar como Maria ajudou aquelas vocações das quais Jesus a havia constituído mãe e como, quanto os apóstolos não tinham aprendido e entendido em três anos, o entenderam quando desceu o Espírito Santo, invocado constantemente por Maria e por eles mesmos»[14].

«Maria recebeu tudo aquilo que teve de dons, de privilégios para formar o primeiro Chamado. O primeiro Chamado, a primeira vocação é Jesus Cristo. Imitai Maria na sua missão. Ela a aceitou quando disse: “Fiat” (Lc 1,38) e ordenou e traduziu toda a sua vida nesse trabalho de formação de Jesus, de acompanhamento de Jesus até ao Calvário. Traduziu toda a vida numa ação vocacionária»[15].

Padre Alberione entrevia a necessidade de anunciar o “Evangelho da vocação” (cf. Pastores dabo vobis 34) segundo o espírito e com o modo incansável de são Paulo. Ele sempre associou Paulo à dimensão vocacional vendo-o exatamente como o homem das vocações e como o grande intercessor pelas vocações.

«Em que modo ouvirão a Palavra de Deus se não é anunciada? Eis, pergunta-o claramente são Paulo (cf Rm 10,14-15.17). E como poderá ser pregada se não há as vocações que vão para anunciá-la? »[16].

«Como para toda a Família Paulina, assim para nós Apostolinas são Paulo é pai e mestre, não só na compreensão e na adesão vital ao mistério de Cristo, que ele “pensou” em termos claramente “vocacionais”, mas também na sua constante busca e formação de homens e mulheres chamados a especiais vocações e ministérios a serviço da Igreja»[17].

Como dizia Padre Alberione e segundo a mentalidade de são Paulo «as obras são feitas se há pessoas, e estas tanto mais produzem quanto mais são enxertadas em Cristo»[18].

Não podemos falar, então, de apostolado vocacional sem fazer referência à necessária formação de uma consciência vocacional que seja, segundo Padre Alberione, iluminada, profunda, operosa[19]. «Em vosso caso é preciso ser criada em vós a consciência vocacionaria, é mesmo uma criação nova, algo que não existia, algo que o Senhor quer dar, algo que responde ao pensamento de Jesus: “rezai ao senhor da messe, para que mande bons operários para a colheita” (Mt 9,38) [20]. [...] Quando houver esta consciência, a eficácia será clara»[21]. «Oh! Ter Consciência vocacionaria! E depois formá-la nos outros…» [22]. Estas palavras do Bem-aventurado Tiago Alberione ressoam com viva força para reler e orientar sempre a nossa missão eclesial rumo a um apostolado vocacional capaz de compreender caminhos e meios novos para realizá-lo eficazmente a serviço da vida e da vocação de toda pessoa. O específico empenho de nós irmãs Apostolinas na pedagogia e na pastoral vocacional, que se desenvolve na animação, no acompanhamento, na orientação e no discernimento dos destinatários da nossa missão[23], nasce mesmo de uma profunda consciência e sabedoria vocacional, que tem no coração a fidelidade ao projeto pessoal de Deus sobre cada um.

Quanto às modalidades concretas da orientação vocacional, Padre Alberione propunha três maios para compreender a vontade de Deus: oração, reflexão, conselho:

«a) Oração, para que a luz de Deus penetre a alma. [...] b) Pensar sobre! A escolha do estado e a subsequente correspondência é o grande problema da vida. Da sua solução depende a serenidade sobre a terra e ordinariamente a eterna felicidade. [...] c) Aconselhar-se. Com pessoa que sabe, que ama, que busca o verdadeiro bem»[24].

 

Uma oração apostólica: o Ofertório vocacional

Rezar é já perceber a necessidade espiritual da humanidade e a beleza do chamado: por parte do homem exprime a sensibilidade e disponibilidade e da parte de Deus fidelidade e graça. Quando rezamos: «Ó Jesus, pastor eterno de nossas almas, enviai bons operários para a vossa messe»[25], participamos de algum modo na ação de Deus que chama e envia, aceitando também os modos e os tempos do Pai na realização de seu projeto. Trata-se de rezar como Jesus obediente e oferente de si mesmo ao Pai, de ter seu mesmo sentir (cf Fil 2,11; Eb 5,7-10). Deus ouve-nos antes de tudo envolvendo-nos também a nós na sua paixão pela salvação de todos.

 

O Fundador deu também à toda a Família Paulina uma “Oração ofertorial” na qual, em paralelo com a oração de Jesus (cf. Mt 6,9-13; Jo 17) e segundo o apostolado específico, se oferece a própria vida ao Pai para todos. Confiando às primeiras Apostolinas “a Oração de Oferta pelas vocações”, Pe. Alberione dizia que ela “compreende todos os pontos pelos quais maiormente rezar e agir” [26].

Podemos perceber como esta oração de oferta é realmente uma orientação clara da oferta de si pela missão vocacional, toma totalmente a vida e afunda as suas raízes sobre a herança carismática que o Fundador nos deixou. É a síntese da nossa oração apostólica, memorial quotidiano da nossa vida totalmente dada e “versada” pelas vocações»[27].

Esta oração de oferta abrange toda a vida tornando-a uma “liturgia” vivida no serviço de todo o povo de Deus. É uma liturgia associada a Jesus-Hóstia e oferecida ao Pai do qual provém todo bem para a humanidade.

Por meio desta oração, nas pegadas do “Pai nosso” do Evangelho, após ter adorado e agradecido ao Deus da vida por todos os seus dons, pede-se também hoje ao Pai por meio de Jesus, pela fome dos jovens e de todos os homens, o “pão do caminho” que leva ao seu reino: que cada um descubra a estrada no qual seguir Jesus e caminhar rapidamente rumo a santidade que é amor que acolhe e se doa. E mais que nunca o nosso tempo precisa de vocacionados que sejam sal e luz do mundo (cf Mt 5,13-16).

A missão vocacional, na sua realidade de anúncio e de oferta, é vivida em comunhão com Jesus, o Mestre com o coração de Pastor, Caminho e Verdade e Vida, como continuação da sua missão. E, como na missão de Jesus, estão presentes a dimensão da oração, do dom da vida, da reparação.

 

Nessa oração de oferta há a atenção a todo o povo de Deus, a todas as vocações e a todo o caminho: do desabrochar da semente vocacional até à sua realização; e é clara a chamada à responsabilidade e à colaboração de todos (família, escola, comunidade cristã).

O Ofertório Vocacional é a “memória cotidiana” da beleza e do empenho da missão vocacional à qual nós Apostolinas, por graça de Deus, consagramos toda a nossa vida, mas torna entrega a toda a Família Paulina para alimentar e viver junto o apostolado vocacional.

 

Irmã Marialuisa Peviani, apostolina

 

[1] AP 1965, 135.

[2] Boletim San Paolo, maio de 1949, 2.

[3] Cf FSP54, 131-133.

[4] T. ALBERIONE, Anotações de Teologia Pastoral, Paulus, 2012, p. 255. Citaremos esta obra com a sigla ATP.

[5] AP 1961, 187.

[6] AP 1963, 153.

[7]ATP 382.

[8] FSP57, 207.

[9] FSP47 421.

[10] Boletim San Paolo, Set.-Out.-Nov. 1968, 8.

[11] AP 1958/2, 181.

[12] AP 1958/2, 181.

[13] Instituto Rainha dos Apostoli para as vocações (Irmãs Apostolinas), Constituições. Itinerário espiritual – apostólico – formativo – jurídico (a seguir: Const.), 11.

[14] Const., 94; cf AP VARIA, 292.

[15] AP 1958/2, 34-35.

[16] AP 1961, 187.

[17] Const., 13.

[18] Boletim San Paolo, julho de 1957, Número especial p. 3.

[19] AP 1961, 299.

[20] AP 1961,178.

[21] AP 1961, 79.

[22] AP 1961, 192.

[23] Cf Const., 95-98.

[24] T. ALBERIONE, UPS  I, 218.

[25] Livro de Orações, Família Paulina, Paulus, 2011, 39.

[26] Cf AP 1961, 227.  

[27] Const., 80.

 

Agenda Paulina

09 maio 2024

Feria (bianco)
At 18,1-8; Sal 97; Gv 16,16-20
In alcuni Paesi: SOLENNITÀ DELL’ASCENSIONE DEL SIGNORE

09 maio 2024

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09 maio 2024SSP: D. Angelo Beltrame (2019) • FSP: Sr. M. Rita Greco (2021) - Sr. M. Isabella Bagnacani (2022) • PD: Sr. M. Joan Dharmai (2016) • SJBP: Sr. Alberta Scalet (2004) • ISF: Domenico Nuccio (1995) - Maria Onesto (1995) - M. Guadalupe G. de Montauriol (2010) - Luigi Romani (2015) - Giuseppe Atzori (2018).

Pensamentos

09 maio 2024

Un segno che si lavora interiormente è questo: che la persona gode sempre una maggior pace, anche nelle difficoltà, nelle contraddizioni, nelle tentazioni, ecc., e quasi diventa perfino un po’ silenziosa in quanto che la sua anima è unita a Dio, ella sente che Gesù è nel suo cuore, è il suo tesoro (APD56, 307).

09 maio 2024

Una señal de que uno está trabajando interiormente es esta: que la persona goza siempre de mayor paz, aun en medio de las dificultades, contradicciones, tentaciones, etc., y casi hasta se hace algo más silenciosa al estar su alma unida a Dios, siente que Jesús está en su corazón, es su tesoro (APD56, 307).

09 maio 2024

A sign that one is working interiorly is this: that the person always enjoys greater peace, even in difficulties, contradictions, temptations, etc., and almost becomes even a little silent inasmuch as his soul is united with God, he feels that Jesus is in his heart, he is his treasure (APD56, 307).