Inseridos plenamente qual “ramo” vivo e vital da grande árvore da Família Paulina, os Cooperadores são chamados a valorizar continuamente a inestimável riqueza da vida espiritual com a qual esta Família, por singular e inefável dom de graça, foi pensada, querida e com amor oferecida pelo Bem-aventurado Tiago Alberione.

O Concilio Vaticano II no Documento Apostolicam Actuositatem assim afirma, no número 4: “os leigos que, seguindo a própria vocação, se alistaram em alguma das associações ou institutos aprovados pela Igreja, devem de igual modo esforçar-se por assimilar as características da espiritualidade que lhes é própria”.

Esse ponto, por parte dos Cooperadores Paulinos, é oportunamente coligado com a finalidade espiritual e apostólica da inteira Família religiosa fundada por Padre Alberione, a qual anuncia a verdade que liberta através da evangelização com os instrumentos da comunicação social e – sempre para citar o Primeiro Mestre – com “todas as invenções que o progresso humano fornece e as necessidades e as condições dos tempos requerem”.

Para que isto possa realmente ser realizado na vida e na experiência concreta dos Cooperadores, o vigente Estatuto da Associação quis indicar com precisão quais conteúdos devam fazer parte da vida espiritual e apostólica dos membros da nossa Associação e quais sejam os percursos que eles são chamados a empreender para viver plenamente esse dom da graça.

Esses conteúdos constituem um verdadeiro e autêntico processo formativo, carismático e espiritual, que, se vivido constante e progressivamente, dará como resultado um autêntico “leigo Paulino integral”.

Tal processo se realiza através de uma específica sucessão de pontos que desejo apresentar aqui:

  • a leitura, o estudo e a meditação da Sagrada Escritura, especialmente o Evangelho, os Atos dos Apóstolos e as Cartas de São Paulo;
  • o empenho para dar vida uma espiritualidade que ponha a seu centro e tenha como fundamento Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, o Cristo integral, como o conheceu São Paulo, que nele vê a realização das Sagradas Escrituras (cf AD 159-160);
  • a capacidade de confiar em Maria Rainha dos Apóstolos e em São Paulo apóstolo, modelo de todo paulino, e guia no processo de cristificação: “Já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim” (Gl 2,20);
  • o nutrir-se quotidiano à mesa da Palavra, a meditação e leitura espiritual;
  • um maduro discipulado que se deixa guiar por Cristo Mestre durante o ano litúrgico. Não há melhor escola para a formação espiritual de cada paulino que a participação na vida da graça oferecida pela liturgia;
  • a participação “plena, ativa e frutuosa” da Eucaristia “para ser tudo em Cristo, para um total amor a Deus: inteligência, vontade, coração, forças físicas”. “Tudo: natureza, graça, vocação, para o apostolado. Um carro que corre sobre quatro rodas: santidade, estudo, apostolado, pobreza” (AD 100; cf CISP 10);
  • uma consciência cada vez mais sólida de que a piedade paulina é eucarística: Tudo brota da fonte vital que é o Mestre eucarístico (cf. AD 16-19, 82, 95, 155). Da Visita eucarística se aprende a encontrar alimento para a vida espiritual pessoal e para o apostolado;
  • o exame de consciência quotidiano, praticado segundo o pensamento da Igreja e do Fundador: cor poenitens tenete. Desse modo aprende-se quanto seja importante restabelecer a correta relação com Deus, consigo mesmos e com o próximo e o valor do Sacramento da Reconciliação, e tem-se na justa consideração a necessidade da direção espiritual como meio indispensável para caminhar com segurança na vida cristã (cf AD 158);
  • a oração da Liturgia das Horas ou parte dela, especialmente as Laudes e as Vésperas. Desse modo o Cooperador aprende a santificar o tempo participando da oração comum e oficial da Igreja;
  • a harmonização dos exercícios de piedade com a sacra liturgia (cf SC 13). Particularmente com a oração atenta e meditada do santo Rosário, aprende a crescer na devoção à Rainha dos Apóstolos. O Cooperador terá em mãos um subsídio importante: o livro As Orações da Família Paulina, que lhe é entregue durante o rito da Promessa e que, além de orações, contém as instruções escritas pelo próprio Fundador.
  • a participação dos encontros, reuniões, retiros que são promovidos expressamente pela Associação e que lhe consentem o conhecimento da herança espiritual da Família Paulina;
  • a leitura e o estudo do pensamento do bem-aventurado Alberione e dos documentos que a Sociedade de São Paulo e a Família Paulina põem à disposição.
  • a participação dos encontros espirituais e formativos promovidos pelo grupo do qual é membro, para maior comunhão entre os membros e para um conhecimento progressivo do carisma paulino.

Se todos os Cooperadores Paulinos sentirem o gosto e viverem esta espiritualidade, de modo que ela leve a uma síntese de vida, alargarão o ânimo às necessidades do mundo contemporâneo, serão autênticos apóstolos que vivem, sentem, atuam com o coração mesmo do Apóstolo Paulo, e, portanto, com o mesmo Coração do Mestre Divino.

 

 

Padre Guido Colombo ssp
Delegado dos Cooperadores da Sociedade de São Paulo para a Província da Itália
Coordenador da Direção Executiva Nacional para a Itália da União Cooperadores Paulinos