Sacerdotes do Instituto segundo o coração de Cristo

Tudo o que os membros do Instituto Jesus Sacerdote (IGS) são e operaram se fundamenta na vocação e eleição de Deus, no dom do ministério recebido pela graça, e que tem como meta o crescimento da santidade pessoal na comunidade e um dinâmico e fecundo zelo apostólico. É a mesma experiência dos apóstolos e de Paulo: “Ele chamou a si mesmo aqueles que queria que ficassem com ele a fim de enviá-los...” (cf. Mc 3,13-15)... “Deus me escolheu desde quando eu estava no ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, quando ele quis revelar em mim o seu Filho, para que eu anunciasse a Boa Notícia entre as nações imediatamente...” (cf. Gl 1,15-17).

Os sacerdotes do IGS se compromete a aceitar e testemunhar o dom da santidade, experimentando verdadeira paz e fecundidade no ministério. Eles estão profundamente conscientes de que a santidade da vida não é alcançada confiando nas próprias força, mas na docilidade ao Espírito Santo. Essa visão sobrenatural da vida e do ministério impede-os de confiar em si mesmo e de presumir que as comunidades cristãs avançam por mérito de suas obras. Eles tentam viver profundamente o lema escolhido pelo Pe. Alberione para toda a Família Paulina e inculcado pelos vários animadores que se sucederam como responsáveis do Instituto:

  • Glória a Deus: dar glória ao Pai seguindo e amando como único Senhor Cristo, Caminho, Verdade e Vida. Só a ele escutar e servir como Mestre, sabendo que sem ele não podemos fazer nada. Todo batizado, todo ministro ordenado, longe da graça se torna ridículo e incapaz” (Pe. Alberione). O caminho da conformação a Jesus Sacerdote dá mais glória ao Pai do que qualquer outra coisa.
  • Paz aos homens: a verdadeira felicidade do ser humano repousa no ser moldado pelo Espírito à imagem de Cristo Caminho, Verdade e Vida. Estaremos na paz de Cristo quando entendermos profundamente que vale a pena viver apenas para a glória de Deus. Essa glória então brilha no homem novo, iluminando e consolando todos os que se aproximam do cristão: “Servir-me-ei de vós para iluminar" sugeriu o Senhor ao Pe. Alberione.

 

O “algo mais” oferecido pelo Pe. Alberione 

O “algo mais” oferecido pelo Pe. Alberione aos sacerdotes do IGS, isto é, a consagração, a profissão dos conselhos evangélicos na espiritualidade paulina, é acima de tudo um carisma e um dom sublime. Porque não é tanto o sacerdote que se consagra a Deus, mas, pelo contrário, é Deus quem o consagra a si mesmo, revelando nele a imagem de Cristo Caminho, Verdade e Vida. Seguindo o Mestre integralmente com mente, vontade e coração, os sacerdotes do IGS consideram que estão cumprindo o grande mandamento das Escrituras, que pede para amar a Deus com toda a mente, força e coração. Esta visão cristocêntrica totalizante também inspira a maneira de evangelizar: não se dirigem a apenas um aspecto da vida das pessoas, mas desejam facilitar o encontro direto da inteligência, vontade e afetos com a pessoa de Jesus Mestre, de modo gradual e proporcional que nos liberta e nos faz viver como filhos de Deus.

 

O apóstolo Paulo

Alberione nos convida a manter uma contínua comunhão de espírito e coração com São Paulo, através do estudo profundo e contínuo de suas cartas, para internalizar melhor um estilo pastoral aberto, afável e capaz de libertar as pessoas na caridade. Na presença constante de Paulo, os sacerdotes do IGS aprendem quanta alegria pode haver em confiar totalmente no Mestre. Permitir que Cristo viva em nós é um código de santidade para cada membro da FP. Os sacerdotes do IGS sabem que a Igreja de hoje precisa redescobrir os grandes temas da pregação de Paulo, ou seja, o anúncio da justificação pela fé do pecador, da liberdade que Cristo nos conquistou, da caridade que tudo suporta, da esperança na ressurreição da carne. Acima de tudo, a valorização de todos os meios mais rápidos e eficazes para evangelizar, para levar Cristo a toda a humanidade, envolvendo todos: a sensibilidade particular das mulheres e a competência dos leigos. Por esse motivo, comprometem-se a promover, nas várias realidades locais, o conhecimento do apóstolo dos gentios por seu misticismo, universalidade, zelo apostólico.

 

Maria, Mãe de todo apóstolo do Evangelho

“A rainha dos apóstolos é modelo insubstituível da integralidade da vida...” (Pe. Alberione). Ela concebeu o Filho em sua mente, dando as boas-vindas às misteriosas palavras do anjo e meditando nelas continuamente; deu-o ao mundo inteiro como Verbo Encarnado (Edidit Verbum Dei); ela o seguiu até o Calvário, colocando em suas mãos cada projeto e cada movimento da vontade, pedindo também a nós para imitá-la com as palavras que proferiu em Caná: “Façam o que ele vos disser”. Enfim, no Pentecostes, concebeu em seus afetos o mesmo amor do Filho por seus discípulos, tornando-se a mãe espiritual da Igreja de todos os tempos. Para Pe. Alberione, Maria é portanto – precisamente graças a essa concepção tríplice e integral – a imagem viva do que somos chamados a nos tornar.

 

Dar a conhecer a espiritualidade e as devoções paulinas

Pe. Tiago Alberione sempre reiterou que, como Paulinos e como Família Paulina, devemos realizar, além da atividade apostólica de levar a todos a Palavra de Deus com todos os meios, também a missão de tornar conhecidas e difundir nossas devoções (Cristo Divino Mestre Caminho, Verdade e Vida; Rainha dos Apóstolos; e São Paulo Apóstolo). Juntamente com os membros dos outros Institutos Agregados, os sacerdotes do IGS estão comprometidos em realizar esta importante dimensão da missão. É uma missão muito mais importante e fecunda do que se pode imaginar, mesmo enfrentando uma certa indiferença-equívoco por parte de muitos Paulinos que estão inclinados a entender o trabalho apostólico dos membros de nossos institutos quase exclusivamente na distribuição de produtos feitos pela editora.

 

Uma “cadeia de orações” na Família Paulina

Outra dimensão do dom que a profissão dos conselhos evangélicos no IGS faz os sacerdotes experimentar são as orações e a oferta de vida de muitos membros dos vários Institutos da Família Paulina. Trata-se verdadeiramente de um para-raios potente em nossa vida pessoal e em nosso ministério que nos protege das contínuas descargas do mal, sempre muito ativas, especialmente contra os sacerdotes. É bom lembrar que o Pe. Alberione desejava ardentemente os Institutos Seculares Paulinos, porque entendeu que a fidelidade dos Paulinos e Paulinas, de todos os membros e, acima de tudo, a fecundidade da missão paulina, muito difícil, se baseava na graça de Deus. E membros santos, com suas orações e sua oferta de vida, se tornariam um grande recurso de graças, bênçãos e fecundidade apostólica.

São muito significativas e fortes suas palavras depois de ser milagrosamente curado em 1923: A única referência é ao Divino Mestre: ele é o Caminho, a Verdade e a Vida... Os homens não contam. Os homens não teriam feito nada. A Casa nasce da vontade de Deus: uma vez removida a vontade de Deus, mesmo humanamente, toda a fecundidade da vida é removida. Portanto, ninguém deve contar com homens e patrimônios: o único patrimônio é o Senhor, e é infinito...” (UCBS, VII-8).

 

Reapropriar-se de todos os meios da graça

Os sacerdotes do IGS comprometem-se a aceitar o convite de Paulo e de Alberione para se dedicarem à nossa salvação com “temor e respeito”: a vida espiritual é extremamente concreta e cotidiana para ser frutífera na realização do ministério. Alberione afirmava que, se é verdade que não há vida no Espírito detalhadamente organizada, uma interioridade deixada à desordem não pode sequer dar frutos. Os sacerdotes do IGS desejam realmente viver uma existência interior abandonada à graça e compreendem o seu compromisso ascético principalmente como deixar espaço ao Espírito, o qual deseja unir duas – a nossa e aquela de Jesus – em uma única vida, sempre a serviço do povo de Deus, valorizando ao máximo todos os meios e colaboradores para levar Cristo a todos. Promoveremos a passagem de uma religiosidade de observância a uma religiosidade de aliança e comunhão com o Senhor, que nos torna livres e libertadores. Na Família Paulina não temos muitas formalidades, mas desejamos cuidar com dedicação a Liturgia, a meditação diária da Palavra, a Celebração e a Adoração Eucarísticas, o zelo apostólico, a leitura atenta dos sinais dos tempos, sempre para evangelizar e levar Cristo a toda a humanidade com os meios mais rápidos e eficazes.

 

Pe. Emilio CICCONI, Delegado do IGS

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