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O comunicador do futuro ou será silencioso ou não terá o que comunicar. Segundo Royo Marin (1913-2005) – influente teólogo dominicano muito lido por padre Alberione – “entre os meios assinalados pelos grandes mestres da vida espiritual para alcançar a perfeição da vida religiosa, ocupa lugar de destaque o amor à solidão e ao silêncio”. Padre Alberione parece ter compreendido, com elevada lucidez, a essência destas palavras, de tal modo que toda sua espiritualidade e trajetória apostólica estão profundamente imbuídas de silêncio e recolhimento. Assim testemunhou Domenico Spoletini, ssp, um de seus seguidores:

“O padre Alberione foi um homem que viveu sempre em silêncio, quase oculto. Defendeu, sob uma obstinada cortina de discrição, sua solidão e sua vida privada. Porém, nunca foi um isolado. A solidão lhe permitia uma melhor sintonia com os homens, os acontecimentos e, assim, elaborar essas respostas prodigiosas que caracterizaram sua missão. A solidão lhe permitiu estar atento às inspirações do alto e descobrir a voz do Espírito nos pequenos sinais. Ao desaparecer da cena deste mundo, o primeiro mestre saía também do silêncio no qual havia mantido tenazmente sua vida”.

Para o padre Alberione, a principal finalidade do silêncio é levar o homem ao autoconhecimento e à experiência com Deus. Assim afirmou o fundador da Família Paulina, em 1960: “Em meio ao silêncio piedoso, a alma mergulha em si mesma para conhecer-se melhor e elevar-se mais a Deus... O silêncio é o que nos converte em donos de nós mesmos”. Em 1931, disse Alberione às Filhas de São Paulo:

“Quanto mais recolhidas, mais eficazes. O verdadeiro silêncio não é ocioso. O silêncio é uma virtude quando é acompanhado pelo amor e a atividade. O amor, que é a mais íntima união com Deus; o verdadeiro silêncio é amoroso; é vigilante nos olhos, na audição, na linguagem”.

Falar de silêncio e comunicação soa um tanto paradoxal, no entanto, fora do silêncio e da vida interior, toda a nossa comunicação torna-se insuficiente e vazia de significado. Os grandes místicos, de ontem e de hoje, sempre compreenderam muito bem a relação entre silêncio e palavra. Assim dizia Henri Nouwen (1932-1996): “O silêncio é a morada da Palavra... E, somente quando nascem do silêncio é que as palavras podem gerar frutos”. Para Thomas Merton (1915-1968) “o silêncio é a força da nossa vida interior... E um homem que ama a Deus, necessariamente ama o silêncio”.

O padre Alberione sabia que a verdadeira comunicação não pode ser barulhenta, neste sentido, ele sempre foi um comunicador muito discreto, a começar por sua linguagem corporal. Conservava uma postura sempre recolhida, porém desperta e atenta à ação do Espírito. O seu silêncio era fecundo e cheio de Deus.

Para Alberione, o segredo do comunicador não está em falar demais, mas, em saber proteger a língua dos excessos e temperar a vida com um pouco de silêncio. Portanto, da profundidade interior depende a fecundidade da comunicação.


Francisco Galvão é clérigo paulino brasileiro

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24 avril 2024

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24 avril 2024

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